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Semana de Pentecostes celebra Bodas de Prata



Amados irmãos e irmãs, que a graça poderosa de Deus esteja na vossa vida agora e sempre. Que o Senhor que nos chamou e nos enviou esteja na vossa vida. Que o Senhor vos abençoe e que no meio das tribulações e dificuldades deste mundo, vós encontreis paz e alegria em Jesus Cristo e possais dizer ao Senhor “Eis-me aqui”.

 

Amados irmãos, em meu escritório, sentado diante da tela do meu computador, a minha mente me leva ao ano de 1999. Eu tinha três anos de ordenação sacerdotal. Era administrador paroquial da Paróquia São Pedro. Vivia numa grande incerteza em relação ao meu ministério sacerdotal. Há três anos havia recebido das mãos do saudoso Dom José Freire Falcão, na Catedral de Brasília, a ordenação sacerdotal.

 

Vinha de uma experiência de 12 anos, entre convento e seminário, de uma longa caminhada de estudos, oração e, por muitas vezes, humilhado e rejeitado, vivendo todos os preconceitos que um jovem nordestino pode viver.  Em 1979, fugindo da seca, da fome, da miséria, da ignorância e da falta de oportunidades, cheguei nesta cidade em busca do pão.

 

Havia planejado a minha vida para simplesmente sobreviver à miséria de uma ignorância intelectual, não por falta de inteligência, mas por falta de políticas-públicas e educacional, havia deixado os meus pais morrendo em um cabo de uma enxada sem auxílio, sem esperança, sobreviventes da miséria.

 

Por graça de Deus fui trabalhar em um hotel. Jovem, inocente, sem saber a diferença da direita para a esquerda, fui presa fácil para os lobos deste mundo. Mas no dia 12 de junho de 1983, tive a minha vida transformada, não pelos homens, mas pela graça de Deus.

 

Em fração de segundos, toda a minha estrutura e todos os meus projetos humanos e, também, os vícios, as idolatrias e a miséria, desapareceram quando eu cheguei aos pés do crucificado.

 

Naquele 12 de junho de 1983, naquela tarde, Dia dos Namorados, eu me encontrei com Jesus Cristo. Ele me acolheu, abençoou-me, libertou-me e me disse: “Eu te quero padre”. Na verdade, ser padre era algo tão distante de mim. Os contatos que tive com os padres eram de muita santidade, sabedoria e homens bem diferentes de mim. As experiências que havia tido no hotel e no mundo, me diziam que um verme como eu jamais poderia ser padre.

 

Nove meses depois, eu largava o que tinha e o que não tinha. Na verdade, eu não tinha nada, a não ser uma juventude que pulsava dentro de mim e me conduzia para as trevas. E foi dessa maneira que eu cheguei ao Convento Franciscano, analfabeto, necessitado de tudo; e, quatro anos depois, fui expulso. Ali não era lugar para um jovem sonhador que chegou dizendo que havia se encontrado com Jesus Cristo. Mas em quatro anos eu fui da alfabetização ao ensino médio.

 

Convidado para deixar aquele convento com a mala de papelão com a qual havia chegado, sai; porém, frustrado, desanimado e com o sonho acabado.

 

Um mês depois, fui acolhido por Dom Damasceno, na época Bispo Auxiliar de Brasília e, hoje, Arcebispo Emérito de Aparecida (SP), que abriu as portas do Seminário Nossa Senhora de Fátima para mim. E se eu já havia experimentado o sofrimento, o preconceito e a ira de tantos, nem de longe eu poderia imaginar o que estava por vir.

 

Oito anos de incertezas, dificuldades e entregas me fizeram chegar à ordenação sacerdotal pela caridade de um servo de Deus, o qual eu espero que um dia a Igreja lhe reconheça como santo.

 

Aqui nesse escritório, dou os primeiros passos, não por minha vontade, porque agora já considerado idoso, com carteirinha do Detran, que me dá direito a estacionar o meu carro em vagas preferenciais e a embarcar em portões prioritários de companhias aéreas, isso é uma realidade. Há poucos dias, fui retirado por uma moça jovem e sorridente que me dizia: “O senhor não pode ficar nessa poltrona, porque, se necessário, terá que abrir essa porta de emergência e a sua idade não lhe permite, pois o senhor é idoso e já não tem mais forças para levantar essa alavanca”. Essa situação me fez recordar que aquele jovem bonito, alegre, entusiasmado, cheio de juventude e força já não era o mesmo.

 

Nessa viagem de Fortaleza a Brasília, procurei conversar com aquele jovem de 1983. Fiz algumas perguntas a ele, porém não me respondeu. Também àquele que enfrentava tudo naquele Seminário por causa de Jesus Cristo e, que, durante décadas, anunciou e pregou sobre Jesus Cristo, e, no nome de Jesus Cristo, viu milagres, curas e libertações acontecerem diante dos seus olhos. Anunciou Jesus Cristo para milhões de pessoas e, agora, neste escritório, num dia nublado, tenho que dizer para mim mesmo que a missão não acabou. É verdade que aquele jovem já não existe. O que temos agora é um idoso convivendo com as dores e com os “ais”.

 

Mas neste silêncio eu escuto uma voz que vem de longe e me diz: “Vinde e Vede o que eu hei de fazer em Pentecostes de 2024”.

 

Nesse momento, tomo consciência que em 2024 sou chamado a celebrar 25 anos de Semana de Pentecostes. Bodas de Prata daquele domingo da Ascensão do Senhor, quando me foi revelado que eu deveria chamar os paroquianos, os amigos e os benfeitores e ficar uma semana inteira preparando a festa de Pentecostes. Da primeira Semana de Pentecostes que foi no ano de 1999 até o dia de hoje, não falhamos sequer um ano. Essa corrente de milagres, curas, graças, de evangelização, de derramamento do Espírito Santo na vida de milhões de pessoas, nesses 25 anos que me acompanharam, me amaram e me odiaram, ouviram da boca desse ex-jovem que Jesus Cristo e a única solução e salvação.

 

Então, Vinde e Vede aquilo que Deus há de fazer nessas bodas de 25 anos da Semana de Pentecostes. Vamos mais uma vez encher o Centro de Evangelização dia e noite. Do dia 12 ao dia 16, dia e noite, vamos estar aqui nessa terra de Nossa Senhora da Primavera. E, nos dias 17, 18 e 19 de maio, estaremos novamente no Taquaparque.

 

Vinde e Vede onde verdadeiramente Jesus reina, onde Jesus faz e você vai perceber que a promessa de Deus não falha. Você vai ver com os seus próprios olhos e, com certeza, repetirá as mesmas palavras de Jó: “Meus ouvidos ouviram falar de ti, mas agora os meus olhos te veem”. Você há de ver tudo que Deus preparou para nós. Você há de agradecer por estes 25 anos de graças, de bênçãos, de renovação e de salvação. Você há de entender que Deus escolhe os fracos para confundir os fortes. Com os teus próprios olhos verá que o nosso Deus é sempre presente e não ausente, ou seja, entenderá que o “Vinde e Vede” de Jesus Cristo é para você também.

 

Amados, que o Senhor voz abençoe, que o Senhor vos proteja, que o Senhor volte o Seu olhar para vós e tenha misericórdia de vós. Que o Senhor volte o Seu rosto para vós e vos dê a paz. Que o Senhor vos abençoe!


Por Padre Moacir Anastácio

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