Como a um cordeiro que se conduz ao matadouro e uma ovelha muda nas mãos do tosquiador. Ele não abriu a boca.
O profeta Isaias nos revela como Jesus foi para a cruz, como uma ovelha muda sem abrir a boca. Mas Jesus quis nos deixar suas últimas palavras, expressar suas preocupações e recomendações. A Igreja sempre guardou o riquíssimo ensinamento de Jesus sobre as sete palavras deixadas por Ele no Calvário.
Tomemos por base os Evangelhos que nos revelam quais são essas palavras e que possamos acatar em nossas vidas essas recomendações de Jesus:
- Pai, perdoa-lhes; porque não sabem o que fazem. Com essas palavras o Senhor estava confirmando todo ensinamento sobre a necessidade de perdoar uns aos outros e até mesmo os nossos inimigos. Na cruz Jesus confirmava para todos nós que é possível, sim, viver “a maior exigência da fé cristã” que é justamente o perdão incondicional a todos, sem exceção.
- Em verdade te digo. Hoje estarás comigo no paraíso. Com essas palavras de perdão e amor ao “bom ladrão”, Jesus nos mostra o oceano ilimitado de sua misericórdia. Bastou apenas um arrependimento daquele homem pregado ao seu lado, que com certeza devia ter feito muitas injustiças, para que Jesus pudesse abrir de imediato as portas do paraíso para ele.
- Meu Deus, meu Deus, por que me abandonastes. Aqui podemos ver todo o aniquilamento de Jesus. São Paulo vai nos afirmar que Jesus aniquilou-se a si mesmo, assumindo a condição de escravo. O profeta Isaías nos diz que carregou sobre si todas as nossas enfermidades. Jesus se sente abandonado pelo Pai. A sua dor é muito profunda, Ele nos mostra que sofreu por nós, e que não podemos de maneira nenhuma dizer que sofremos mais que Ele.
- Mulher eis aí o teu filho...Filho eis aí tua mãe. Tendo entregado todo pela nossa salvação, já prestes a morrer, Jesus quis ainda nos deixar aquilo que tinha de mais precioso nesta vida: a sua querida mãe. E como Jesus confiava nela, a tal ponto de querê-la para nossa mãe também.
- Tenho sede. Alguns santos Padres da Igreja dizem que está “sede” do Senhor era muito mais do que uma sede de água, e sim uma sede de almas a serem salvas com seu próprio sacrifício que se consumava naquela hora. E esta sede de Jesus continua hoje, mais forte que nunca.
- Tudo está consumado. Enquanto tudo não estava cumprido, Ele não entregou o seu espírito ao Pai. A nossa salvação depende agora de nós, porque a parte de Deus já foi perfeitamente cumprida até as últimas consequências. Ninguém mais poderá dizer que lhe falta o auxilio da graça de Deus, pois ele está agora a nosso dispor.
- Pai, nas tuas mãos entrego agora o meu espírito. Confiando plenamente no Pai, Jesus volta para aquele que tanto amava. É o seu destino, o coração do Pai, e é o nosso destino também. Ao voltar para o Pai, Jesus indica o nosso fim, o seio do Pai. Para nós deve ser esta meta o Céu onde Jesus preparou a nossa morada eterna.
Que possamos, irmãos e irmãs, seguir essas recomendações de Jesus para que um dia possamos todos herdar este reino que é nosso.
Por Peterson Maximiano de Souza
Foto: Cristina Lima